Professora morta pode ter sido envenenada aos poucos pela sogra no interior de SP, diz polícia
07/05/2025
(Foto: Reprodução) Laudo aponta presença de chumbinho no corpo de Larissa Rodrigues. Elizabete e o filho, o médico casado com a professora, foram presos temporariamente. Delegado fala sobre investigação no caso de professora encontrada morta em Ribeirão Preto
A professora de pilates Larissa Rodrigues, encontrada morta no apartamento onde morava, em março deste ano, em Ribeirão Preto (SP), pode ter sido envenenada aos poucos pela sogra, segundo a Polícia Civil.
Nesta terça-feira (6), Elizabete Arrabaça e o filho, o médico Luiz Antonio Garnica, que era marido de Larissa, foram presos temporariamente e respondem por homicídio qualificado.
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Segundo o delegado Fernando Bravo, Larissa contou a amigos que passava mal toda vez que a sogra a visitava. Além disso, ainda de acordo com as investigações, Elizabete foi a última pessoa a vê-la com vida na véspera da morte.
"Isso é um indicativo de que ela foi sendo envenenada aos poucos, o que corrobora todas as informações que pegamos, ter passado mal durante a semana, após a visita da sogra. Isso é um indicativo de que ela, para nós, foi envenenada aos poucos", disse o delegado.
O laudo toxicológico apontou a presença de chumbinho no corpo da professora. A polícia também afirmou que a sogra ligou para uma amiga para perguntar sobre esse tipo de veneno.
O toxicologista Daniel Junqueira Dorta, professor do Departamento de Química da USP, destacou a gravidade da ingestão do chumbinho.
"Chumbinho é da classe das substâncias usadas como praguicidas, porém não é uma substância de venda livre no Brasil para uso doméstico, é uma venda restrita, de difícil acesso. Ele leva a uma crise colinérgica [perda da função motora] e, dependendo da extensão e da intensidade dessa crise, pode levar a diversos fatores, inclusive, podendo culminar na morte do indivíduo", afirmou.
Sogra é suspeita de matar professora envenenada em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
O que diz a sogra?
Elizabete Arrabaça falou brevemente à imprensa nesta quarta-feira (7) na saída da delegacia, antes de ser levada ao fórum para audiência de custódia. Ela negou envolvimento no caso.
"Não tenho culpa de nada, para com isso, é pecado o que vocês estão fazendo, é pecado, não tem nada, é mentira", disse.
Depois de ser internada em um hospital particular por passar mal, Elizabete dormiu na delegacia.
O advogado Bruno Correa, que defende Elisabete, preferiu não se manifestar porque ainda não teve acesso ao inteiro teor da investigação.
Elizabete Arrabaça, sogra de professora encontrada morta por suspeita de envenenamento em Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
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Investigações
Larissa foi encontrada morta no apartamento onde morava com o médico Luiz Antonio Garnica, em 22 de março.
Inicialmente, Garnica disse que a encontrou caída e desfalecida no banheiro ao chegar em casa e, por ser médico, a levou para a cama para tentar reanimá-la, mas não conseguiu.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou a morte no local.
A autópsia foi inconclusiva e indicou problemas no coração e no pulmão. Já o laudo toxicológico confirmou a presença de chumbinho no organismo, reforçando a suspeita de envenenamento.
A Polícia Civil ainda apura a motivação do crime e a origem do chumbinho.
O médico Luiz Antonio Garnica e a esposa, a professora Larissa Rodrigues, que morreu envenenada em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
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